sexta-feira, 27 de junho de 2008

A grandeza da compaixão

A grandeza da compaixão

Uma grande batalha estava prestes a ocorrer: os Kurus e seus primos Pandavas se enfrentariam, dentro de poucas horas.

Mas, instantes antes do início da batalha, os olhos do príncipe Krishna pousaram sobre uma avezinha que estremecia diante dos ruídos da guerra. Era uma ventoinha.

O passarinho havia feito seu ninho em meio à grama alta. Logo, os elefantes e cavalos da guerra esmagariam os ovinhos que abrigavam os filhotes.

Os olhos claros de Krishna se encheram de compaixão. Desceu da carruagem e aproximou-se.

Viu a avezinha que se recusava a abandonar o ninho indefeso. Ouviu seus pios desesperados. Observou como ela se debatia, aflita, adivinhando o perigo iminente. Comoveu-se.

Mãezinha – disse Krishna – que bela é a devoção que tens à tua família! Que elevada forma de amor há em teu coração.

Buscou então um pesado sino de bronze e, cuidadosamente, cobriu a mãe e o ninho.

Conta a História que a batalha foi terrível, mas, quando terminou, a família de passarinhos estava a salvo.

Os milênios se passaram e aquele campo de batalha ainda existe na Índia. E nele se pode ouvir os pios das ventoinhas que ali fazem seus ninhos.

São a lembrança viva do gentil Krishna e de sua compaixão por todos os seres vivos.

Autor: Bharatavarsa(Livro de histórias da Índia)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Para que serve o horizonte

Para que serve o horizonte

Conta-se que certa vez um homem se aproximou do Criador do Universo pediu para que ele lhe esclarecesse sobre uma coisa da criação que, segundo seu ponto de vista, não tinha nenhuma utilidade, nenhum sentido!

O Senhor Criador o atendeu e perguntou qual era a falha que ele havia notado na criação.

Senhor, disse o homem, sua criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser.

Mas, embora me esforce para compreender sua finalidade, tem uma coisa que me parece não servir para nada.

E que coisa é essa que não serve para nada? Perguntou-lhe o Criador.

É o horizonte, respondeu o homem. Afinal, para que serve o horizonte?

Se eu caminho um passo na direção do horizonte, ele se afasta um passo de mim.

Se eu caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos. Se caminhar quilômetros na direção do horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim.

Isso não faz sentido! O horizonte não serve para nada.

O Criador do Universo olhou para seu ingênuo filho, sorriu e disse:

Mas é justamente para isso que serve o horizonte: "para fazê-lo caminhar".

Tantas vezes nós nos acomodamos em nossos estreitos limites que nos esquecemos de andar alguns passos na direção do horizonte, que nos convida incessantemente a caminhar.

Quando nos esforçamos para ultrapassar nossos próprios limites, novas oportunidades surgem para que avancemos na direção do infinito que Deus nos reserva como meta de perfeição.

Assim, se você está paralisado pela falta de perspectivas que o incentivem a ir adiante, em busca do auto-aperfeiçoamento, olhe para frente e ouça o chamamento do horizonte.

Contemple as estrelas e deseje alcançá-las: isso não é um sonho impossível.

Como filho da Criação do Universo, você é, portanto herdeiro do universo. Herdeiro das estrelas, dos mundos que gravitam nos espaços infinitos, convidando-nos a seguir em frente, vencendo os obstáculos naturais que se apresentam na
Caminhada evolutiva.

Mas para conseguir esse intento, é preciso esforço e perseverança. É preciso vontade de romper com as amarras que ao longo dos séculos nos mantêm presos aos baixos planos da experiência terrena.

Lembre-se sempre, que cada passo que você der na direção do horizonte, este mais se afastará para que você continue caminhando.

Quando você conseguir alcançar o horizonte, é porque terá alcançado a linha máxima da perfeição que a escola chamada terra pode lhe oferecer.

Nesse instante novos horizontes se abrirão, desafiando sempre e sempre aqueles que têm coragem de avançar e de seguir na direção da luz, da perfeição.

Tenha o horizonte ao seu alcance!

Autor: ???????

terça-feira, 24 de junho de 2008

Tempo de amolar o machado

Tempo de amolar o machado

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região

onde morava, cortava e empilhava madeiras das árvores que cortava.

O jovem o admirava, e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de

cortar madeira.

Certo dia, o rapaz resolveu procurar o velho lenhador, no propósito de aprender com quem mais sabia.

Enfim ele poderia tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar.

Passados apenas alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo, e que aquele senhor não era tão bom

assim quanto falavam.

Impetuoso, afrontou o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.

O experiente lenhador aceitou, sabendo que seria uma oportunidade para dar uma lição ao jovem arrogante.

Lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.

De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores sem parar.

Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum

cansaço.

Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador, e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo

sentado.

O jovem sorriu e pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo. Por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?

Assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.

Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois, e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e

medição.

Para a admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante.

Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que

parara para olhar, o vira sentado e tranqüilo.

Ele, ao contrário, não havia parado ou descansado nenhuma vez.

O velho, sabiamente, lhe respondeu:

Todas as vezes que você me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando o meu machado!

Autor: ???????